Feliz de mais da cota

Numa sala lotada, antes de começar uma palestra: "Vocês acreditam que existe racismo no Brasil?".

Todos levantam a mão imediatamente.

"Alguém se declara racista?"

O palestrante parece falar com as paredes. Ninguém é racista, mas todos acreditam que existe o racismo. Esse tipo de preconceito apresenta-se da forma mais covarde possível, sem identidade, sem uma face. Se alimenta em meio aos brasileiros conforme às circunstâncias, mas nunca se manifesta.
Por isso essa ação (Cotas) , extermina de maneira uniforme o racismo, como um plano de ação imediato. O problema das cotas, no geral, é como foram implantadas. Os critérios de avaliação são extremamente subjetivos, como um "cara-crachá".Infelizmente, o sistema acaba seguindo o ditado “tampar o sol com a peneira”. Mas a justiça não se alimenta de "achismos". Essa é uma forma de tratar com igualdade os desiguais.

"Cotistas fazem a qualidade das federais cair"

Meu professor sempre falou
 - Kendra, você vai entrar numa faculdade publica pra ser Dr. (Ele dizia que tinha cara e nome de medica)

Ele (Negro) estudou numa federal e os cotistas ou se adaptam tão bem quanto os Brancos, ou desistem por não aguenta o nível do curso. No curso entram 90 por semestre, ao fim de 5 anos só se formam 15 da turma original e mais alguns que estão lá a quase uma década. (..)


Outro ponto de vista... 

( um trecho do texto, escrito por: Guga Chacra )


No Brasil, muitos estudantes repetem de ano. Eu mesmo fui reprovado no primeiro ano do colegial (atual ensino médio) do colégio Pueri Domus, de onde também fui “convidado a me retirar” por indisciplina no ano seguinte. Na época, eu apenas pensava em jogar pólo aquático no clube Paulistano e, acreditem, ler o que o Giles Lapouge e o Issa Ghorayeb escreviam sobre política internacional no Estadão, além de sair com as jovens adolescentes de São Paulo no litoral norte. No fim, passei na FUVEST duas vezes (larguei a USP nos dois casos) e na Cásper Líbero (onde sou formado em jornalismo)
Caso houvesse nascido nos EUA, com um histórico escolar como o meu, jamais seria aceito nas melhores universidades para a faculdade – eu fiz mestrado na Universidade Columbia, uma das dez melhores do mundo, e pesou minha experiência profissional e também as notas na Cásper Líbero. Quer dizer, não sei.

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Meu ponto de vista...

Alguns brasileiros tem um péssimo habito de só valorizar o vem de fora, o celular de fora, a roupa de fora, a educação de fora e menosprezar o Brasil. Será que esse sistema dos EUA valoriza os mais pobres? Será que um pobre sabe falar francês? Que pobre aprende a tocar instrumentos musicais? Não, o pobre aprende é a trabalhar cedo pra ajudar a mãe a pagar o aluguel ou ajudar o filho que teve na adolescência. Estudei em escola publica onde faltavam professores em todo o ensino médio, e as matérias que não tinham professores nós ganhávamos um 5 na nota final. Ou seja, se eu quisesse hoje tentar estudar em Harvard, não poderia porque estudei na rede pública de ensino do brasil e meu boletim guarda um 5. Isso é mais uma forma de pensar, porque já não é justo concorrer vagas com quem viu tudo na escola enquanto nós da rede pública passamos apenas pra virar estatística. Agora imagine se pra entrar em uma boa universidade no brasil como a USP as suas notas do ensino médio fossem um fator determinante, seria muito mais injusto do que já é! O brasil tem que melhorar muita coisa antes de tentar implantar algo assim.


+. E alguns aqui no Brasil não repetem porque ficam em clube relaxando e sim porque tem que trabalhar ou coisa do tipo e não tem condições de estudar corretamente.


Meu ponto de vista, de negra e cotista.